No Tradidanças implementamos um Saneamento Ecológico para tratar cerca de 65% dos resíduos orgânicos produzidos durante o Festival, num sistema de trabalho composto por:

  • Estação de Compostagem com Microrganismos Eficazes 
  • 18 Casas de Banho Secas
  • Urinóis secos masculinos (absorção da urina com fardos de palha)
  • Recolha de matos e ervas dos terrenos do Festival
  • Recolha dos biorresíduos, provenientes da Cantina e dos Restaurantes do Festival
  • Compostores disponíveis ao público durante o Festival.  
Objetivos

Com este sistema pretende-se mitigar o impacto ambiental do Tradidanças, nomeadamente, reduzindo o envio de resíduos para aterros, lixeiras ou ETARs e conservando a floresta limpa e requalificada. Assumindo a responsabilidade do tratamento dos resíduos produzidos durante o evento, e numa escala representativa de uma mini-sociedade, demonstra-se como se pode devolver ao meio ambiente os resíduos que produzimos, sem causar poluição, acompanhando o ciclo de vida desses resíduos e aproveitando-os como matéria prima para a produção de um substrato, com qualidades fertilizantes, e benéfico para o meio ambiente.

Quem

O Saneamento Ecológico do Tradidanças é um projeto desenvolvido, desde 2018, em continuidade, pela ATASA numa parceria com a Microvida, que são colegas, vizinhos e amigos do Tradidanças.  

Como funciona

A ideia é simplesmente criar uma compostagem controlada com todos os resíduos orgânicos recolhidos durante o festival. 

Pré-festival

As ervas dos terrenos não arborizados do festival são recolhidas e com elas são feitos fardos de palha, que irão para os urinóis secos masculinos. Nessa fase prévia ao festival, são também recolhidos os matos das limpezas de outros terrenos do festival e é comprado um subproduto da Serração de Lafões, em Bordonhos (3km do recinto) – o serrim, que é aplicado durante a utilização das casas de banho secas. Assim, não só são garantidas matérias ricas em carbono e com capacidade absorvente para ajudar a equilibrar o rácio de azoto/carbono, como se contribui para a redução do risco de excesso de humidade.  

Durante o festival

Durante os cinco dias do Tradidanças, os fardos de palha com urina, as matérias fecais e urinas com serrim das casas de banho secas e os biorresíduos da cantina e dos restaurantes são recolhidos e agregados em formato de compostagem. 

Durante este processo são aplicados Microrganismos Eficazes que ficam presentes tanto nas infraestruturas do saneamento que o público utiliza, como no meio das camadas do composto criado, ajudando a:

  • Suprimir as bactérias patogénicas
  • Reduzir os maus cheiros (ao converter o azoto inorgânico do amoníaco em azoto orgânico que não cheira)
  • Reduzir a presença de insetos
  • Acelerar o processo de decomposição das matérias
  • Evitar a putrefação dos biorresíduos
  • Melhorar as qualidades fertilizantes do composto final.  
Pós-festival

Manutenção das compostagens criadas.

História

Tudo começou após a 1ª edição, quando o Tradidanças investiu na aquisição de 4 casas de banho secas para a edição de 2018, propostas pela Microvida. Nesse ano, as novas casas de banho ficaram ao lado de umas típicas casas de banho de plástico alugadas em festivais. Todos experienciaram, naquele ano, a grande diferença entre o mau cheiro das últimas e o conforto inodoro das primeiras.

Assim, as casas de banho secas “passaram o teste” e, em 2019, com o apoio do Sê-lo Verde, do Fundo Ambiental, foram construídas mais 8 casas de banho secas, ficando a ATASA com um total de 12. Já nesse ano, o conceito de Saneamento Ecológico começou a expandir-se para incluir compostagem de resíduos da cantina.

Após o intervalo da pandemia, e de uma edição em 2022 com uma oferta semelhante a 2019, em 2023 o Tradidanças voltou a conseguir o apoio do Sê-lo Verde, que permitiu:

  • Restaurar e melhorar as estruturas de madeira das casas de banho
  • Construir Urinóis secos masculinos
  • Criar uma Estação de Compostagem para incluir os resíduos das casas de banho, dos urinóis e da restauração.

Ainda em 2023, o Município de São Pedro do Sul disponibilizou um carro elétrico municipal para o transporte dos biorresíduos para a Estação de Compostagem.

Em 2024 os colegas do WCeco foram convidados para trabalhar em equipa na disponibilização e gestão de mais casas de banho secas para o crescente número do público do festival. 


O conceito Saneamento Ecológico continua a crescer com a experiência da equipa do festival e com intenções que possam inspirar outros eventos, contribuindo para práticas mais ecológicas em aglomerados de seres humanos festivos (tipicamente poluentes).

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